12 de outubro
12 de outubro: excelente oportunidade para uma reflexão mais profunda e realista sobre o Dia das Crianças e seus reais valores, que vão muito além da alta de 10% que os preços dos brinquedos sofreram este ano.
Aconselho os brasileiros a fazer agora essa comparação entre preços e valores – afinal, devemos sempre considerar a relação custo-benefício em uma sociedade capitalista.
A pergunta que fica, porém, vai além da discussão sobre o calendário e os 10% da alta dos brinquedos: Quais os direitos da criança – os que são celebrados em seu dia?
Diz-se que a Declaração dos Direitos da Criança foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1959 e ratificada pelo Brasil há 61 anos, determinando que todas as crianças tenham direito a 10 direitos básicos, que nosso país ainda não soube assumir:
I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade; II - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social; III - Direito a um nome e a uma nacionalidade; IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe; V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente; VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade; VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil; VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes; IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho; X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Quantas responsabilidades, não? Sim: é mais cômodo falarmos sobre a alta de 10% que os preços dos brinquedos sofrerão neste ano.
Vamos, porém, falar do quanto teremos que pagar, daqui há 10 ou 20 anos, se não compreendermos que o nosso 12 de outubro não representa, de fato, o Dia das Crianças.
Não se trata apenas de uma data para venda de brinquedos ou movimentação do comércio.
Em nosso país, há crianças que passam frio e fome; que estão envolvidas na prostituição e no tráfico de drogas; que estão à margem da sociedade, ganhando R$ 600 por mês nos faróis dos grandes centros.
Wilson Cardoso Idecace
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