Indi(Gente)!

Indi(Gente)!
As mãos sujas pelo mau trato da vida, vasculha de forma bruta o saco junto ao meio fio, a cada volta da sua mão na aquele paraíso de sobras humanas, faz escapar o fedor de toda uma sociedade que ignora sua existência.
O rosto baixo com o corpo meio curvado e os olhos tristes, como quem se esconde de outros olhares falsamente piedosos, ouve múrmuros quase imperceptíveis, embora sua cabeça insista em lhe alucinar, que seja sobre sua humilhação.
Sem saber que horas são, sem se importar que seja dia, noite, ou madrugada a fora, sem obrigações legais, sem obrigações sociais, sem falsas ideologias ou filosofias baratas.
Apenas com a esperança de encontrar uma sobra que possa comer, ou vender para conseguir poucos centavos.
Mesmo que seu sofrer lhe de motivos para sorrir, dificilmente saberia que se trata de felicidade, pois a pele queimada do sol e marcada pelo descaso, já não tem a sensibilidade necessária para sentir algo além da dor.
Acostumou-se a dar passos vazios, há ser invisível, há ignorar seus sonhos e desejos, não poderia ser nada além de alguma coisa qualquer, quase que um objeto decorativo, essencial em qualquer sociedade trincada e obsoleta.
Percebe que não é bem vindo, percebe que não sabe para onde está indo, e que de alguma forma é motivo de risos, indelicados e indecisos.
Que com suas marcas estampadas, seres ligados no automático esquecem-se de vestir-se de humanidade.
Seu olhar corre pelas calçadas mal cuidadas, pelos muros pichados, uma cidade morta, cinza e explorada pela incessante busca de poder aquisitivo, que não se lembra mais qual é seu verdadeiro objetivo.
Pensa com sigo mesmo, como mudar, como sobreviver a esses tempos tão incertos, não poderia ser ele o único invisível em um lugar que parece ser bom apenas para sobreviver.
Aos poucos se levanta, exalando o cheiro de seu viver pelos poros entupidos de verdades nunca ditas, abandona o saco, já sem nada para lhe oferecer, da alguns poucos passos com seus pés calejados, prostrando em frente aquilo que pode ser mais uma refeição, cai uma lagrima lhe dando esperança de que ainda não foi totalmente destruído e que lhe resta uma gota de humanidade e assim segue sua sina, imposta por outras línguas que não conseguem identificar o sentido da vida.

#mulher#pablogabrielribeirodanielli#bruta 204

Mensagens Relacionadas

PEDRA BRUTA

PEDRA BRUTA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se não tivesses tentado me abduzir nem grilar as terras baldias do meu coração, de uma coisa estou certo: podias ter me seduzido aos poucos. Isto seri…

(…Continue Lendo…)

#demetriosenamagerj#mulher#bruta
As vezes

As vezes

"As vezes, o meu silêncio, pode ser representado por uma forma grosseira de resposta aqueles que se consideram meus inimigos."

#bruta#mulher#cleberguilhermelimadasilva
Nao e questao de grosseira

Nao e questao de grosseira

Nao e questao de grosseira, e questao de ter cansado de ser legal com quem merece muro na cara.

#mulher#bruta#amanda

Eu te perdoo por todas as palavras grosseiras

…Eu te perdoo por todas as palavras grosseiras e estúpidas que eu ouvi di você naquele dia, te perdoo porque manter dentro de mim este rancor só faz me deformar mais ainda como gente, te perdoo porque…

(…Continue Lendo…)

#bruta#jennyguimaraes#mulher