De alguma forma algo sempre acaba me levanto até você
De alguma forma algo sempre acaba me levanto até você, quando quase acredito que não sinto mais a sua falta, quando estou me convencendo que não tem mais nada nesse presente que nos ligue, algo de inevitável acontece levando meus pensamentos até as lembranças tuas.
Toda força que parecia presente então se transforma em uma respiração, uma longa respiração.
É apenas uma foto sua, que me apareceu, em meio as fotos de amigos de amigos, e lá você está.
Meu sorriso sai, involuntário.
Nesse momento, um momento tão longo que anestesia meu corpo, sua lembrança, o seu sorriso.
Uma imagem, tantos pensamentos, tantos sentimentos, ainda, tantos sentimentos.
Adormecidos, quase sufocados, indignados por ainda estarem por aqui.
É difícil resistir a tentação de não olhar as outras fotos, mesmo sendo difícil assumir a fraqueza, a vontade é maior.
Não vai ser bom, não vai fazer bem, a expectativa em ver mais de ti, de te ver sorrir e feliz, tão longe, tão bem, tão sem mim.
São sensações tão inesperadas, tão de surpresa a colocar em dúvida tantas certas, ao mesmo tempo bem como o presente, ao mesmo tempo pensando em como seria agora, você aqui.
Então vem a mente, sabe, aquelas coisas que eu gostaria de dizer, coisas que não mudam nada, coisas que eu simplesmente me imagino te dizer, coisas que você talvez nem imaginem que estão aqui.
Coisas que só com o passar do tempo e com a distância consegui perceber, quanta coisa que às vezes tenho aqui, me faz por breves momentos ter uma coragem arrumar alguma desculpa para te procurar, só pra conversa, só pra contar, por contar.
Dentre elas algumas desculpas.
Passam tantas coisas na cabeça, tantas conversar que poderiam acontecer, são diálogos jogados ao nada.
Imprevisível, somos um ao outro um pouco menos que apenas estranhos.
Diferentes.
Eu, que relutava em mudar, aprendi da pior maneira que eu mudaria, que não permaneceria sempre igual, aprendi quando a distância chegou e o tempo te levou, e assim aprendi que a vida sem ti faria de mim outra pessoa, aquela pessoa que você conheceu só era o “eu” por ser parte de você.
Se um dia eu tiver a oportunidade, ao te ver, de dizer algo, seria: Sinto saudades de mim, desse eu que encontro em você.
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