De besta
De besta, Gato, o senhor não tem nada.
Nem mesmo o andar de malandro, muito menos quando sua lábia se torna lâmina.
Palavras quando querem cortar, elas cortam e profundamente.
Dizem que Gatos fazem as merdas e enterram.
Você, bichano, nunca defecou tumulto de uma situação.
Essa parte é minha, essa parte fedida quando quero dizer minhas verdades é sempre de uma nervosinha apaixonada.
Xiringo bom ar no ambiente e deixo o que ficou pra trás, bem atrás, lá no fundo.
Nenhuma mancada fica irreparável, nem combina com nosso jeito de levar esse amor.
Xingamos o mundo e suas giradas, mas nunca ficamos afastados dos nossos abismos, que mesmo profundos pulamos juntos e de olhos esbugalhados.
Você é o amor selvagem, que quando instigado fica fabuloso.
Você é a pregação do estimulado que quando despertado, sabe dobrar os joelhos por mim.
Reclamamos do que é cheio, porque nunca soubemos o significado do vazio.
Não depois que anunciamos o novo, o inédito, acontecendo bem no meio da nossa venta.
O cheiro sempre foi de rosas.
A dor sempre foi do espinho e nunca despetalamos nada, nenhuma pétala, elas não caem… não as nossas.
Crueldade extrema sabe o que é? Crueldade extrema é ler um texto que fala que te deixei no frio, sozinho e no escuro.
Você nunca sentiu nem mesmo o dedo mindinho friorento, porque o calor do meu amor é verão.
O tempo do que sinto não fica sozinho, porque esse amor virou atração no meio de uma multidão.
O escuro é provocado seriamente pela lamparina de um casamento que nunca faltou querosene.
O que quero dizer, Jota Cê, é que o nosso estragado é aproveitado.
Nossos momentos inférteis são gerados com intimidade.
Que o meu amor por você é do melhor, tem sangue do bom, é pra sempre.
O nosso lema nunca foi: ORDEM E PROGRESSO…
… porque o nosso grito sempre foi de guerra.
Trocamos nossa bandeira por essa:
DESORDEM, AMOR E PERDÃO!
[Perdoa de coração?]
~*Rebeca*~
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