Era meu aniversario!

Era meu aniversario!
Não faço pretensão a dia, para mim todos são iguais…
Mas aquele 22 de outubro de 1983 prometia…
Já cedo estava muito feliz, me divertia com os amigos.
Era costume, brincar em cima das arvores, e assim estava eu.
Papai vinha saindo, chapéu na cabeça, para protegê-lo do sol,
e tampar a sua calvície.
Thau, papai (…) ele olho para cima, nunca mais nos veríamos de novo.
Despediu-se de mim, eu falei: hoje é meu aniversário… Pedi a ele um presente.
Olhando novamente para cima ele falou: Papai esta indo trabalhar no final do dia
ele volta com seu presente…
Se soubéssemos o que ocorreria jamais teríamos saído daquele lugar…
Por favor, para tudo!!!
(…) escuridão!
Não lembro o que fiz todo o restante do dia.
Novamente estou eu lá, próximo aquela arvore, agora em baixo dela.
O dia se findou, trevas cobrem o céu; começo a sentir uma estranha sensação.
Papai morreu… Meu coração sentia, não sabia por quê.
Aquele sentimento passa a tomar conta de todo meu ser… Tristeza e dor!
Ninguém acredita em mim; diziam: seu pai não morreu menino…
Sai vagueando pela cidade, e já distante de casa vi grande movimento de
pessoas.
Se achegou a mim um conhecido, recebi dele a pior noticia de minha
vida.
Seu pai esta morto; esta ali… Cai ao chão.
(…) muito choro! Dizia entre soluções:
E agora quem vai cuidar da minha casa, quem vai trabalhar para mim ajudar…
Estou rolando na rua, sem asfalto, muita terra…
Pausa, todos parados tudo parou o mundo silenciou…
Uma mão desceu do céu, eu a vi, ela se estendeu para mim…
Segurei naquela mão, ela disse: Eu sou Deus, estarei com você todos s dias de sua vida.
Não temas, eu sou com você…
Tudo voltou ao normal, estou em pé, as lagrimas não caem mais de meus olhos…
Ganhei forças, continuei meu caminho e adentrei naquele lugar, e vi o corpo de papai.
Era verdade, mamãe estava lá e chorava… Todos choravam.
Voltei para casa, sabia que Deus era comigo, existia a tristeza, por perder papai…
Mas o conforto de saber que Deus estava comigo consolou meu coração.
Os anos se passaram e fico sempre imaginando, sobre aquele dia.
Acredito que ele ficou boa parte do tempo pensando no meu presente, e queria voltar para casa, voltar para mim… Para nossa vida!
Queria eu, poder voltar no tempo, descer daquela arvore e abraçar papai, e segurar ele ali comigo.
Não poço, tudo passou!!! Estou triste!
David A.
Souza
Domingo, 09/07/1995 – 12 anos após morte de papai, lembro como se fosse hoje.
Espero pelo dia, que em outro tempo poderei descer da arvore, abraçar papai de novo.
Este dia chegara quando todos estiverem no tempo de Deus.