Há corpos espalhados pelo chão à minha frente
Há corpos espalhados pelo chão
à minha frente
Nos seus rostos lívidos
cor de cera
morreu a esperança com a chegada da morte
no frio gume da catana
Jazem à sombra das mangueiras…
a morte passou por ali
Corpos decepados
esventrados
violentados
num rio de sangue pelo chão…
Ali apenas as varejeiras têm vida e voz
no zunido e na cegueira de beber
Sugam famintas de sede
o sangue ainda quente dos cadáveres
Zunem de sofreguidão na disputa
do sangue vertido
dos corpos esquartejados
pelos golpes das catanas
Para lá da orla da mata ainda o eco
dos gritos de vitória e os risos satânicos
de alegria e morte no ar
numa mistura de feitiço e de liamba
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Mensagens Relacionadas
A morte acontece todos os dias para todo mundo
A morte acontece todos os dias para todo mundo, tu não sabia? O Tiago de ontem já morreu, o de hoje vive, e o de amanhã não existe…
Morremos pouco a pouco à cada instante.
Bia morreu
Bia morreu.
Morreu?
Ah, quer saber? Já foi tarde…
Antes ela do que eu.
Epa! Mas essa tal de Bia sou justamente…
Morreu ainda semente para atingir o estágio de flor
Morreu
ainda semente
para atingir o estágio de flor.
Mas,
cremos onde quer que flor,
brotará.
MARIA (Á uma amiga morta de afogamento)
MARIA
(Á uma amiga morta de afogamento)
Foi num dia frio
Que morreu Maria
Sobre as aguas frias
De um malvado rio.
Vida que sumiu
Rosa irradia
Como a noi…
Quando a prodigiosa cruz contemplo
Quando a prodigiosa cruz contemplo,
Na qual morreu o Príncipe da glória,
Meu maior ganho considero perda,
E desprezo despejo em meu orgulho.
O amor morreu
O amor morreu.
O coração de tristeza decretou estar de luto, e as bandeiras agora viviam sempre a meio mastro.
O luto não demorou muito, descobriu-se que aquele que morrera, era apenas um …