A música do espaço pára
A música do espaço pára, a noite se divide em dois pedaços.
Uma menina grande, morena, que andava na minha cabeça,
fica com um braço de fora.
Alguém anda a construir uma escada pros meus sonhos.
Um anjo cinzento bate as asas
em torno da lâmpada.
Meu pensamento desloca uma perna,
o ouvido esquerdo do céu não ouve a queixa dos namorados.
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Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio Nem ama duas vezes a mesma mulher. Deus de onde tudo deriva E a circulação e o movimento infinito.
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
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Deus de onde tudo deriva
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Não aguardas Nenhuma "iluminação" particular Nem assento e clavícula de
Não aguardas
Nenhuma "iluminação" particular
Nem assento e clavícula de nenhuma deusa
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Nem de nenhum Van Gogh
Que súbito te tornasse
Eterna
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
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