O doente mental e a família. 23/10/2002 Jornal Opinião de Araras
O doente mental e a família.
23/10/2002
Jornal Opinião de Araras
Há uma leve semelhança e uma enorme diferença entre o fechamento de uma Detenção Pública, como o Carandiru, e o fechamento parcial de um Hospital Psiquiátrico, ou sua redução de leitos.
A semelhança está no fato de ambos fazerem parte de projetos do Governo Estadual.
Já a diferença está nos resultados que este fato ocasiona.
Ao se fechar uma Casa de Detenção, os presos são transferidos para outras; no hospital psiquiátrico, os doentes são devolvidos às suas famílias.
Isto nos remete ao questionamento da função social das instituições de acolhimento e tratamentos de doentes mentais.
Sabemos que a família nem sempre está preparada para lidar com o doente mental.
Surge, então, um ciclo natural que causa dependência das famílias pelas instituições, estabelecendo um vício de internações que desgasta e esgota a todos os envolvidos, abrindo espaço para o surgimento de sentimentos de impotência familiar e rejeição, sentido principalmente pelo doente.
Com efeito, a instituição passa a ser a válvula de escape da família, haja vista que ainda não há ninguém melhor – por enquanto- para tratar de seu doente.
Deste modo, surge uma nova necessidade da instituição, além de acolher o doente: amparar a família no seu convívio – em casa - com o doente mental.
Neste caso, a atuação das Assistentes Social e dos Psicólogos é indispensável.
Pude observar de perto, ao conversar com Isabel Cristina, Assistente Social que há nove anos trabalha no Hospital Psiquiátrico da Cidade e tem como objetivo fazer uma reaproximação do doente com sua família.
Ela busca instaurar no ambiente familiar, sentimentos que visem aceitação.
Sem dúvida é uma tarefa bastante difícil, pois “re-aproximar” é aproximar novamente alguém ou algo que antes estavam próximos.
E estavam mesmo? Este trabalho merece admiração.
Trata-se, pois, de um esforço fenomenal, tanto da família quanto da instituição, pois é preciso que a rejeição familiar, há tempos presente, seja quebrada, resgatando e substituindo-a por um sentimento de amor, cujo fim busca amparar a tudo que gostamos; não de pena, porque ela só aparece quando a fraqueza nos toma.
Enquanto procura-se trabalhar neste sentido, o fechamento de leitos não pode ser feito bruscamente, partindo de uma política econômica arbitraria.
O governo não pode dizer às famílias: “Toma que o filho é teu! ”.
Na verdade, o “filho” também é nosso e é obrigação do Estado ampará-los, bem como a sua família.
[email protected]
Mensagens Relacionadas
A família é o alicerce de onde tiramos
A família é o alicerce de onde tiramos tudo o que podemos passar de valor para o próximo, é dentro de uma família harmoniosa que aprendemos como superar certas situações embaraçosas que o mundo nos ap…
#valor#familia#poesias#monicabencardinoApenas hoje e por amor
Apenas hoje e por amor, quando mais?
factoide criado, o homem família, o pai amoroso
apenas hoje e amanhã?
diga da esperança que mora no coração da criança,
quando crescer se r…
Família Um fim de semana parecia estar estragado
Família
Um fim de semana parecia estar estragado,
Aí encontrei meus parentes, no instante ficou animado
Apesar das discussões e diferenças
No final tudo acaba em festa
No…
Boa Noite Minha Familia do Bem
Boa Noite Minha Familia do Bem!!!
"Não compreendo ainda quem sou, mais estou a procura de mim…
Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder…
Não posso mudar o que fui, ma…
Sonho futuro Sonhei que tinha uma casa
Sonho futuro
Sonhei que tinha uma casa, uma família. Definindo a casa que não era só uma casa, era um lar. Tinha uma mesa de pôquer, sempre peças na mesa e tinha sempre bebida gelada e Whisky qu…