MEU EU Apaguei todas as luzes do quarto e fechei as cortinas da janela, na ânsia de fechar os olhos e fazer o caos que pesavam meus pensamentos desaparecerem.
MEU EU
Apaguei todas as luzes do quarto e fechei as cortinas da janela, na ânsia de fechar os olhos e fazer o caos que pesavam meus pensamentos desaparecerem.
Foi inútil, pois ele permanecia intacto.
Eu sentia a dor da desordem.
Desisti de dormir e abri os olhos.
Só havia a escuridão e angústia.
Eu estava à beira de uma crise.
Pensamentos confusos transitavam dentro da minha cabeça e atropelavam as idéias que eu tentava organizar.
Meu coração batia descompassado e me faltava ar.
Não pretendo romantizar essa merda, não existe nada de bom em se sentir assim.
Na verdade não existe nada de bom e agradável dentro de mim.
Levantei e fui para frente do espelho, na busca de achar na figura do reflexo, algo que ainda restasse de mim.
Assim talvez conseguiria controlar minha crise.
Respirei, uma, duas, mil vezes.
Nada! Nada adiantava.
Eu me olhava e não me reconhecia.
Não sabia o que havia me tornado.
Algo mudou, meus sonhos não existiam mais, minha forma de sentir afeto pelas pessoas era totalmente aversivo.
Dentro de mim havia uma natureza extinta.
Minha natureza não queria seguir regras, padrões, ser aprisionada.
Ela queria ser livre.
Ser o que é.
Mas as grades que me eram impostas eram fortes e sólidas.
Por mais que eu me debate-se e me ferisse, não conseguiria sair de dentro da jaula, e isso estava me matando.
Por mais que eu pedisse socorro e gritasse, ninguém me ouvia.
As pessoas não só não compreendiam, como ainda me oprimiam.
Me julgavam como insana, sem controle, alguém fraco, que se deixava sofrer por escolha, que se doava demais e que por burrice esperava algo de bom de alguém.
Isso me machucava profundamente, pois dentro do meu entendimento, o que eu tentava fazer de bom, era algo da minha natureza, que mesmo já quase extinta ainda em raras ocasiões infelizmente ousava aparecer e ao contrário do que eu queria, prejudicava aos outros.
Eu não queria ferir ninguém.
Só queria ter a liberdade de ser eu.
Mas o que eu era, de fato, só trazia dor.
Não sei se posso suportar o fato de machucar mais alguém.
De saber que sou um peso.
Preciso fugir, desaparecer, na mesma escuridão que meus pensamentos se confundem.
Porque de fato me tornei vazia e a própria escuridão me tomou por inteira.
Está frio aqui.
É certo que continue.
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