O Valor da Vida
O Valor da Vida
Vivia a vida vazia, devorando-lhe vorazmente a vontade.
Viciara em vagabundear.
Vez em vez vinha um vestígio vacilante de vontade de viver.
Viver por viver, para vadiar, vagar sem vicejar.
Voraz, veio o vento imprevisível do vaticínio…
Verdugo velhaco?
Preferível: virtuoso vaticínio!
Vira a vida, devolve a visão, removendo a viseira da vida semi-vivida.
Viva, à vida!
Viver sem vínculos de conveniência!
Viver para viver as vintequatrohoras da vida, bemvividas!
Viver com volúpia cada virada da vida!
Viver, visto que viver, é versejar
O Valor da Vida
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Márcio Funghi de Salles Barbosa – www.revistaconsigo.com
Desejo esclarecer o vaticínio citado: Há 34 anos, num sábado, estava almoçando e recebi um telefonema de uma cidade vizinha a Araras, de um filha dizendo que seu pai tivera sintomas do que intuí era um derrame cerebral.
Sete dias de trabalhos e no sábado seguinte fui comunicado que recobrara os sentidos, mas estava morrendo.
Corri ao hospital vi o neurologista fazendo o impossível, a família no quarto chorando e ao me aproximar do cliente, com o mesmo sorriso nos lábios que sempre tenho, ele me disse, com voz embargada: "Tire estes urubús daqui! " Referia-se à família e dizia que não precisavam chorar, pois viveram felizes fazendo o que fora possível fazer, nunca deixando de lutar para conseguir.
A família se sentiu mais confortada e fui fazer o atestado de óbito no posto de enfermagem.
No sábado seguinte novo telefonema, quadro idêntico: no outro sábado o cliente volta à consciência e desesperado pede para não morrer, aperta-me a mão desesperado, "pois não tinha vivido", só criara caso, distímico que era.
A família estava fora do quarto conversando como seria o velório.
Ao dar a notícia do óbito, a esposa ensaiou um chorinho, que mais parecia um samba-cançao de alívio.
Saí para fazer o atestado de óbito e "tcham-tcham-tcham! ": ambos tinham o mesmo nome, a mesma idade, vinham da mesma cidade, morreram em conseqüência de arteriosclerose, que ocasionou o acidente vascular cerebral hemorrágico.
Mudei minha vida e escrevi a aliteração.
Quero pensar como o primeiro cliente, ao morrer: saber que tentei sempre.
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www.drmarcio.com
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