Panorama Além
Não sei que tempo faz, nem se é noite ou se é dia.
Não sinto onde é que estou, nem se estou.
Não sei de nada.
Nem de ódio, nem amor.
Tédio? Melancolia.
Existência parada.
Existência acabada.
Nem se pode saber do que outrora existia.
A cegueira no olhar.
Toda a noite calada
no ouvido.
Presa a voz.
Gesto vão.
Boca fria.
A alma, um deserto branco: -o luar triste na geada…
Silêncio.
Eternidade.
Infinito.
Segredo.
Onde, as almas irmãs? Onde, Deus? Que degredo!
Ninguém… O ermo atrás do ermo: - é a paisagem daqui.
Tudo opaco… E sem luz… E sem treva… O ar absorto…
Tudo em paz… Tudo só… Tudo irreal… Tudo morto…
Por que foi que eu morri? Quando foi que eu morri?
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Despedida
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(…Continue Lendo…)
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