todo dia uma coisa sangra em mim entre o abismo e o voo entre a asa e o salto
todo dia
uma coisa sangra em mim
entre o abismo e o voo
entre a asa e o salto
eu nunca me matei
todo dia insisto
nesse nascer continuo
poema
Eu disse à árvore
Eu disse à árvore:
me abençoa, árvore,
sê minha avó
minha mãe
minha filha.
sê tu, árvore,
minha ilha de pássaros
e verdes
meu eterno retorno
pulmã…
nada peço aos deuses ou ao deus mas no verso
nada peço aos deuses
ou ao deus
mas no verso simples
e exato
eu creio.