Frases de Pablo Neruda

Nós

Nós, os que perecemos, tocamos os metais, o vento, as margens do oceano, as pedras, sabendo que seguirão imóveis ou ardentes, e eu fui descobrindo, dando nome às coisas: foi meu destino amar e despedir-me.

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Nega-me o pão

Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria.

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Amo-te sem saber como

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira.

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Amo-te para começar a amar-te

Amo-te para começar a amar-te, para recomeçar o infinito e para não deixar de amar-te nunca.

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Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito

Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali.

A timidez é uma condição alheia ao coração

A timidez é uma condição alheia ao coração, uma categoria, uma dimensão que desemboca na solidão.

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A poesia é um ato de paz

A poesia é um ato de paz. A paz entra dentro da composição de um poeta tal como a farinha entra na composição do pão.

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Quero apenas cinco coisas

Quero apenas cinco coisas… Primeiro é o amor sem fim. A segunda é ver o outono. A terceira é o grave inverno. Em quarto lugar o verão. A quinta coisa são teus olhos.

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Sofre mais quem espera sempre ou quem nunca esperou ninguém

Sofre mais quem espera sempre ou quem nunca esperou ninguém?

Amo-te como se amam certas coisas obscuras

Amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

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O homem gostaria de ser peixe ou pássaro

O homem gostaria de ser peixe ou pássaro, a serpente gostaria de ter asas, o cão é um leão confuso… Mas o gato quer ser somente gato, e todo gato é um puro gato desde o bigode ao rabo.

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Tudo estava vazio

Tudo estava vazio, morto e mudo. Caído, abandonado e decaído. Tudo era inalienavelmente alheio. Tudo era dos outros e de ninguém, até que tua beleza e tua pobreza de dádivas encheram o outono.

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A sombra é sempre negra

A sombra é sempre negra, nem que seja de um cisne branco.

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Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra a guerra

Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra a guerra.

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Saudade é amar um passado que ainda não passou

Saudade é amar um passado que ainda não passou. É recusar o presente que nos magoa. É não ver o futuro que nos convida.

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