Sei que o que escrevo aqui não se pode
“Sei que o que escrevo aqui
não se pode chamar de
crônica nem de coluna nem
de artigo.
Mas sei que hoje é
um grito.
Um grito de
cansaço.
Estou cansada! É
óbvio que o meu amor pelo
mundo nunca impediu
guerras e mortes.
Amar
nunca impediu que por
dentro eu chorasse lágrimas
de sangue.
Nem impediu
separações mortais.
Filhos
dão muita alegria.
Mas
também tenho dores de parto
todos os dias.
O mundo
falhou pra mim, eu falhei
para o mundo.
Portanto não
quero mais amar.
O que me
resta? Viver automaticamente
até que a morte natural
chegue.
Mas sei que não
posso viver automaticamente:
preciso de amparo e é do
amparo do amor.”
—
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