Sempre esperamos que a vida não nos der aquela rasteira
Sempre esperamos que a vida não nos der aquela rasteira,
mas tambem esperamos que ela não nos der aquilo que não pedimos
Todos os dias acordo como se fosse o ultimo dia,
E que aquela canção seria a ultima que eu cantaria.
Tenho medo da morte?
Sim, eu a temo todos os dias:
Pois se eu morresse sem realizar o que sonhei,
Sem dizer o que queria,
Sem amar quem amei em solidão,
Sem brigar pelo que eu acreditei…
Então essa vida não iria valer a pena!
Sempre espero que o amanha seja melhor que o hoje,
Mas se o dia não terminou bem, o que posso esperar do amanhã?
Não venha me dizer que tudo vai ficar bem…
Eu não vou ficar bem,
Eu não vou ficar de mal,
Tampouco vou deixar me fazerem mal!
E se todos os dias eu fala comigo, sussurrar pra mim
Dizer pra mim: você vai se dar bem, você vai conquistar tudo…
Você não vai morrer.
Não hoje.
Não importa…
Hoje eu quero apenas sorri,
Quero apenas viver o HOJE…
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(trecho em "Idades cidades divindades". Lisboa: Editora Caminho, 2007.)