Como dizem que "recordar é viver"

Como dizem que "recordar é viver", vamos lembrar de como era o
Natal em priscas eras, naqueles longinquos anos de minha infancia…
Acredito que para muitos as recordações serão semelhantes…
Osculos e amplexos,
Marcial
RECORDANDO AQUELES NATAIS DA INFÂNCIA
Marcial Salaverry
Quando em tais recordações mergulhamos, certamente o que nos vem à cabeça, é uma poesia que já naquela época era antiga, mas que permanece atual até os dias de hoje, que lindamente assim começava: "Ai que saudade que eu tenho… da aurora da minha vida… da minha infância querida…que os anos não trazem mais…" e vai por aí afora, chamando nossas mais ternas lembranças, de uma época certamente muito boa de nossa vida, quando ainda havia inocência na cabecinha das crianças, e desde aquela época, algo é uma verdade que permanece "imexível", ou seja, quando somos crianças, apenas ambicionamos crescer, e o mais rapidamente possivel, pois é chato não poder fazer tudo que queremos, tais como certas coisas que naquela época era considerada "apenas coisas de gente grande…" E ainda não se falava em celular, smartphone, "zapzap", e outras modernidades que afastaram as crianças "daquela inocência…"
Lembro-me que sempre pedia ao Papai Noel, que me fizesse logo adulto, para meus sonhos realizar…
Queria logo ser adulto, para poder namorar, para poder assistir aos filmes proibidos para menores de 18 anos, para ir à boite, e fazer aquelas grandes farras que ficávamos vendo nossos irmãos mais velhos se vangloriarem.
Certamente, Papai Noel me atendeu, mas como demorou para eu "chegar lá" e conseguir fazer tudo que almejava.
O tempo passou, e aqueles Natais ficaram na recordação, num cantinho perdido do coração…
Hoje, posso dizer de boca cheia: "Quanta saudade do Papai Noel", mas certamente saudade daquele bom velhinho que me fazia ficar bonzinho para os presentes merecer… Com certeza, aquela época era muito doce, a inocente espera pelos presentes que o Papai Noel iria deixar, e com que ansiedade esperava-se o amanhecer, para poder receber os presentes…Com certeza o Papai Noel existia, era real, bem real para nós, mas não era como este Papai Noel de hoje, mero objeto comercial, que é tão banalizado, que acredito que as crianças já nascem sabendo que é só papo…
"Oh tempo! Volta prá trás… Traz-me de volta tudo o que perdi"…, diz um lindo fado, mas, fazer o que? O tempo passou, e a infância pra trás irremediavelmente ficou.
Considere-se feliz quem consegue lembrar e vivenciar uma época tão doce e feliz da vida, e consegue puxar pela memória, tão queridas lembranças, tão doce saudade…
Nestas lembranças, vejo-me ainda criança, acreditando no Papai Noel, naquela ansiosa espera pelos presentes que iria receber, por ter me comportado muito bem durante o ano… Bom pelo menos no meu ponto de vista, tinha sido um garoto bem comportado, apesar de algumas traquinagens "inocentes".
Sempre fui bem intencionado, até mesmo quando quebrei a vidraça daquele vizinho chato…
Houve uma vez que meu sonho foi tão forte, que tive a suprema sorte de ver o bom velhinho saindo pela janela… Tenho plena certeza de que o vi, e ainda escutei seu HO, HO, HO… Posso dizer que vivi intensamente minha infância, e ainda consigo conservar aquela criança dentro de mim, pois não permiti que ela partisse…
“Ai que saudade que eu tenho”… E, pra dizer a verdade, quem não tem… Infelizmente as crianças de hoje não terão essas recordações no futuro, pois esses "Papai Noel" de shopping não enganam mais nenhum nenê recém nascido.
Meu bisneto que o diga…
Vamos nos lembrar de que o Natal sempre foi UM LINDO DIA, e que o cómércio transformou em mero comércio, mas que sempre será UM LINDO DIA, pois é o aniversário de nosso Mestre Jesus, que não poderá ser jamais esquecido…
Marcial Salaverry