INGÊNUO
INGÊNUO
Quem sabe, então, o que antes fostes,
Um encantamento as delícias de amor,
Dizeis-me a notar-me outro furor,
Sem que cousas vossas me encostes…
Que sei, no entanto, que de esplendor,
Outrora, apenas, quando pentecostes:
Festejo que anjos em celebridade postes
À memória dum único que amar fuor…
Então, não me inventam cousas outras;
Dizeis-me que fizestes dum encanto
O afeto que por todos os ventos sopras…
Bem como me vago, a pântanos afora;
Que dum Poeta me notado canto
Ao Deus de amor e por tos que chora…
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