A maior virtude literária não é "escrever bem"
A maior virtude literária não é "escrever bem", mas dar voz aos fatos mudos da experiência.
O grande escritor é aquele que incorpora ao patrimônio da língua fatos e experiências que antes estavam fora dela, indizíveis, impensáveis, prisioneiros do silêncio.
"Escrever bem" e deixar a realidade falar, tal é a diferença entre um jornalista e um escritor.
Deixar que os fatos da experiência falem é muito mais difícil do que "escrever bem".
Para isto basta dominar os instrumentos usuais da linguagem pública.
Para aquilo, é preciso inventar uma linguagem capaz de dizer o que nunca foi dito antes.
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