Não é novidade para ninguém que
Não é novidade para ninguém que, hoje, o que se vive é um estado de pleno caos.
Tal situação se alastra de forma generalizada em todos os setores da sociedade, e, não contentando-se, como um vírus se propaga também na vida pessoal dos indivíduos, modificando de forma assustadora a maioria das atitudes dos mesmos.
É surpreendente e intrigante observar como algumas contradições extraordinárias surgem em meio a essa ‘bagunça organizada’ que chamamos de sociedade.
Diante de uma faceta global problemática e cheia de distorções em todos os setores componentes da forma atual de governo (que é o maior propulsor do referido caos), vivemos hoje num mundo, onde o nada passou a ser tudo, e o tudo é absurdamente tratado como um nada.
Como se não bastasse todas as dificuldades enfrentadas pelas pessoas no dia-a-dia, sejam em suas casas, na família, nos relacionamentos de trabalho (ou a falta dele), ou nos relacionamentos amorosos, o que se percebe é que muitas situações que poderiam ser evitas e/ou amenizadas, acabam por ser supervalorizadas, ganhando status protagonista de um enredo que não deveria ter sido escrito, tão pouco holofotizado.
Discussões desnecessárias, desentendimentos e agressões de todos os gêneros ocorrem a cada segundo por conta disso.
Relacionamentos rompidos, brigas de trânsito, bate-boca com os pais, amizades desfeitas, confianças destruídas, muitas vezes por motivos pífios e sem a menor necessidade.
Apenas pelo calor do momento, pela falta de parcimônia ou até mesmo por não ter dado duas respiradas a mais.
As pessoas estão em estado de ebulição.
A correria diária causada pela pressa e pressão em cumprir os compromissos dados, associada à falta de tempo, faz com que todos estejam com os nervos à flor da pele.’ N’ são os motivos que poderiam ser mencionados como culpados e vilões de tal situação.
Dá até para entender muitas vezes esse comportamento.
Porém, é inadmissível pensar em concordar ou aceitar o modo como essas pessoas têm conduzido de forma agressiva seus atos, onde muitas vezes, resultam até em morte.
Do mesmo modo, essa inversão de valores também atinge o outro lado da moeda.
Assim como tragédias e catástrofes são criadas a partir de um ‘nada’ – vide efeito bola de neve -, inúmeras são as frustrações sofridas, somente pelo fato de muitos coroarem pessoas, momentos ou coisas completamente banais, dando-lhes importância descabida e colocando-as num patamar aonde nunca deveriam chegar/estar.
Quantos namoros e casamentos acabam apenas um mês depois de começarem? Quantas amizades são desfeitas pela quebra da confiança precoce que alguém depositou? Quantas vezes não já nos decepcionamos por termos valorizado demais, de forma precipitada, algo ou alguém que não merecia? No fundo, não é difícil prever esses resultados, quando se tem consciência de que demos atenção exacerbada a algo que não deveria sequer ter passado perto de nossa visão periférica.
Acredito que o que está faltando, é uma manutenção mais adequeada nas balanças da nossa razão, do nosso julgamento.
Temos que pesar melhor e pensar melhor nas coisas.
É inevitável sofrer influência do caos em que vivemos, já que somos parte e compomos esse sistema.
Não dá pra fugir dele.
Mas podemos blindar mais nossos valores, selecionar e direcionar melhor nosso foco, nossas atitudes.
Não é possível que iremos continuar nesse desgaste continuo, nos deteriorizando por um nada, tão pouco nos frustrando por criarmos esperanças em castelos construídos em base de areia.
É no início.
É aonde começa.
É ali que devemos atuar.
Às vezes, uma pequena atitude muda tudo.
Um pouco de calma e observação em muitas oportunidades é o suficiente.
A análise da situação com mais perícia e o uso do filtro certo para separar o joio do trigo, já faz grande diferença.
Não é tão difícil, basta ter um pouco de sobriedade, pensar um pouco e não deixar a gama de sentimentos fazer com que apenas siga o bonde.
Não estamos falando de um câncer, é algo que pode e deve ser evitado.
Tudo e nada.
Em estado normal, seria uma dicotomia perfeita.
Palavras tão avessas… Porém, hoje em dia, tão singulares.
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