Carnaval.
Carnaval.
Não lembro, a não ser pelas fotos, como foram meus carnavais na infância em São Paulo na Rua Pamplona, nem no Clube Palmeiras onde me levaram e tinha também o corso pela Avenida Atlântica em Santos onde meu pai tirava as portas traseiras do Chevrolet 1.956 para que pudéssemos entrar e sair rapidamente quando o cordão andava.
Lembro pelas fotos, mas vejo que não adiantou ter sido fantasiado de Zorro, Arlequim ou de Superman porque meus heróis sempre foram e são mais reais, mais pé no chão, mais gente de verdade.
Na juventude, época dos dezoito aos vinte e poucos anos, ensaiei tímidos passos carnavalescos nos salões, do Tênis Clube de Vera Cruz e mais tarde no de Marília, Sempre empurrado pela molecada para ficar o mais perto possível das garotas de shorts e bustiê, pegar na mão de alguma ou colocar o braço nos seus ombros.
Isso era o máximo da ousadia.
Tudo isso era feito meio entorpecido pelo rum com Coca-Cola ou pelo wisky Old Eight que o barman despejava sobre pedras de gelo sujas, arrancadas de barras depositadas no chão de qualquer maneira, como era usual na época.
Não raro havia séria revolta estomacal na molecada, até mais de uma vez por noite.
Quando eu tinha meus trinta anos meu espírito carnavalesco esteve ainda mais recolhido na época da festa do povo e houve um tempo que eu justificava dizendo que a minha vida era um verdadeiro Carnaval o ano inteiro.
Nesses dias de Carnaval eu montava na minha Honda Setegalo e depois na Honda Gold Wing 1.000cc e fosse no Itararé em São Vicente ou no Castelinho em Ipanema, meu Carnaval e de muitos motoqueiros era paquerar, colocar uma garota na garupa da moto e “arrastar” para o apê…
Não me lembro de ter ido uma única noite num salão mas há uma lembrança generalizada de grandes noitadas.
Em toda e qualquer época para mim os desfiles das escolas de samba poderiam ser mudos e eu surdo, porque a maioria das letras não passam de um amontoado de palavras que algum inculto recolhe nuns livros e tentam, num arremedo nem sempre harmonioso, contar com suor e purpurina a história feita de com sangue, suor e lágrimas.
Mais ainda, no Carnaval pobres de todo o gênero, gastam boa parte do orçamento numa fantasia tosca, para viver numas poucas horas de euforia e um ano inteiro, como diz a letra do Chico, desengano…
Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano
Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano
Esse ano meu Carnaval não vai ser muito diferente dos últimos.
Ler um pouco, escrever um pouco e refletir muito porque logo chegará a quarta-feira… e qualquer hora, desce o pano!
Mensagens Relacionadas
Lembro-me que na infancia
Lembro-me que na infancia, vi o mar pela primeira vez…
So se repitiu a sensação quando minha filha nasceu
Lembro-me da minha infância
Lembro-me da minha infância, das mudas que hoje se tornaram árvores, e percebo a transformação do tempo em minha vida,chego a conclusão de que estou hoje construindo o passado de um tempo futuro e não…
#recordacoes#ronycarlos#infancia#lembrancas
Nossas lembranças da infância são demolidas como os
Nossas lembranças da infância são demolidas como os casarões do passado.
#lembrancas#josemarbosi#recordacoes#infanciaDe onde eu tiro meus textos e pensamentos
De onde eu tiro meus textos e pensamentos?
Lembro-me da minha infância quando passava fome, eu e meu pai tirando areia de um rio para poder ajudar no orçamento. Recordo-me da vida dura para trab…
“Infância querida”
“Infância querida”
Olhando o céu estrelado
Lembrei-me da infância
Dos momentos felizes
Que ficaram no passado
Para aquecer as noites frias
A minha vó fazia
Um…
No meio do caminho tinha um espinho
No meio do caminho tinha um espinho
A infância lembrança com carinho dos tempos de criança;
Jovenzinho querendo aprender tudo ao seu redor;
Esperto por natureza, desperta logo o inte…