Tomei coragem pra tirar teu corpo do meu
Tomei coragem pra tirar teu corpo do meu.
Tomei coragem pra soltar tua mão.
Tomei coragem pra rezar por ti sem estar ao teu lado.
Tentei remendar antes da tragédia.
O tapa do fim não foi físico, foi libertador.
Fui cegado por tempos.
Ganhei a visão novamente, aprendi a domar-me.
Não me julgue se não sabes, certo ou errado, fui honesto, comigo talvez não, mas fui.
Tu me ofereceu o que podias, eu ofereci mais do que podia.
Fui arrebentado pelo excesso.
Fui gasto em pouco tempo, usado de má forma, não leram meu manual, nem eu li.
Talvez eu pergunte sabendo a resposta, suprindo a carência de mim, preenchendo o vazio que sempre esteve transbordando.
Preciso parar de perguntar a mim mesmo, com perguntas já feitas, com respostas já dadas, respostas restauradas para usar novamente, não preciso mais de respostas, nem de perguntas.
Te libertei, deixei voar escorrendo lágrimas, calejado pelo destino não derramei uma gota.
Olhares me condenam como infrator, talvez por ter sido infrator de mim mesmo, sendo homicida do meu eu, atentando contra meus princípios, torturando minha paciência…
Depois de pagar pelos crimes, me encontro livre.
Agora terei que atualizar todas as notícias perdidas, saber o que aconteceu no mundo aqui fora.
O principal objetivo será recuperar a elasticidade perdida pelo uso excessivo… Adeus.
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