Pausa
“A vida necessita de pausas.” (Carlos Drummond de Andrade)
Concordo! Especialmente nestes dias de tanta agitação, de atividades desenfreadas, de prazos curtíssimos, de programações intensas.
Quem vive nos grandes centros, então, parece sempre envolvido num turbilhão de compromissos e se irrita frequentemente com o trânsito e com tudo que se constitui um obstáculo no seu caminho.
Reuniões são marcadas no horário de almoço.
A palavra de ordem agora é “foco”.
Não há tempo a perder.
Até as crianças pequenas já se sentem sobrecarregadas por tantas obrigações… Será essa a forma de viver plenamente? Onde os momentos de tranquilidade com a família, com os amigos? E as brincadeiras, insubstituíveis, com a garotada?
Outro dia presenciei uma cena até banal, se não estivesse se tornando rara: um pai ensinando a filhinha a andar de bicicleta, sem as rodinhas laterais.
Manhã de domingo, sol forte, ele sem camisa, cuidadoso; ela, toda graciosa, ajeitando a tiara que escorregava dos cabelos escuros, muito atenta.
Recomendações, hesitações… E o momento mágico, quando ela sai andando sozinha, sem o auxílio do pai.
Indescritível a alegria no sorriso dele e nos gritinhos de satisfação da garotinha.
Sem preço, realmente!
É a essa pausa que me refiro: parar um pouco a vida estressada e usufruir coisas até esquecidas como a natureza, os amigos, o descanso necessário para o corpo e para a alma.
Pensar na vida, lembram-se?
O profeta Elias, escondido na caverna, todo depressivo pela perseguição da terrível Jezabel, recebe a visita do anjo que o reanima.
Então, procura a presença de Deus no terremoto, no vento, no fogo… e não o encontra.
Vai achá-lo na suavidade da brisa que sopra pelo monte Horebe.
Pausa! Tempo de restauração, de reenergização, de reencontro consigo mesmo e com a paz de espírito… Pré-requisito para uma vida mais saudável, de comunhão.
“A vida necessita de pausas”, Zeneide!
“A vida necessita de pausas”, vocês também!
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