Você me faz bem…

Você não era como ninguém, percebo agora.
Você era aquela pessoa que me dava vontade de levar embora comigo.
De te entregar um roteiro de viagens em branco, de mandar entregar sorvete em casa, de pular em riachos no frio, de tomar xícaras intermináveis de café.
Você me olhava com aqueles olhos brilhantes e sorria com aquele sorriso que tinha o poder de derreter todos os corações congelados que vagavam pelo parque.
E te olhar sempre me dava vontade de te colocar um gorro e botinas coloridas pra sair na chuva.
Eu sempre te imaginei brincando, sabe? Mas não pense que não sei que chora também.
E quando eu pensava no teu choro eu tinha vontade de te embalar na rede e ficar muito quieta fazendo mimos com os teus cabelos.
A minha imagem, de alguma forma muito contraditória, era perfeitamente encaixável na tua.
É essa vontade estranha de se aproximar que a gente tem e nunca entende.
E vou dizer que não sei bem o que é.
É essa calma com que tu me olha e depois sorri olhando pra baixo.
É a tua leitura.
São as coisas que a gente vê antes de realmente pensar.
É essa pilha de cenas leves.
É a fuga que nunca acontece.
É essa brisa calma que bate no rosto, mexe os cabelos, assobia um rockzinho, arranca um olhar risonho e só faz bem.