As flores de plástico Não murcham no tempo Nem brilham
As flores de plástico
Não murcham no tempo
Nem brilham ao sol
Na ausência de versos O amor é apenas um
Na ausência de versos
O amor é apenas um jogo
De gestos sem asas
Declinando os cinco sentidos Como se fossem verbos meus Conjugo
Declinando os cinco sentidos
Como se fossem verbos meus
Conjugo o sol e o tempo
Em ritual de água e fogo Misturo as folhas
Em ritual de água e fogo
Misturo as folhas dos livros
E faço uma tisana de palavras
Caminho recolhendo A minha sombra Até que ela se esgote
Caminho recolhendo
A minha sombra
Até que ela se esgote
Os poetas são todos diferentes Como as cores na
Os poetas são todos diferentes
Como as cores na paleta
Mas todos são filhos do arco-íris
Mirando o espelho estanhado Sinto que é apenas vidro Tentando
Mirando o espelho estanhado
Sinto que é apenas vidro
Tentando guardar a minha sombra
Escrevo na areia da praia Mas a libertinagem das
Escrevo na areia da praia
Mas a libertinagem das ondas
Rouba-me as palavras dos poemas
Rastejando como camaleões Jamais teremos cor fixa Ou ausência de
Rastejando como camaleões
Jamais teremos cor fixa
Ou ausência de sombra
Usando a paleta das cores Só um poeta saberá Pintar
Usando a paleta das cores
Só um poeta saberá
Pintar a transparência do silêncio
Até que o silêncio os dissolva Os ecos perdidos
Até que o silêncio os dissolva
Os ecos perdidos no ar
Repetem-se ocos como balões de papel
Caminho lentamente recolhendo Os restos da minha sombra Até que
Caminho lentamente recolhendo
Os restos da minha sombra
Até que ela se esgote
As rugas profundas da pele São os vales dos
As rugas profundas da pele
São os vales dos rios
Que nos levaram para a foz