Sarabatana flechou coração do cantador da aldeia Que vive
      Sarabatana flechou coração do cantador da aldeia
Que vive apaixonado fazendo poemas pro rio
E passa o dia contemplando seu pé de taperebá
Beijando bocas sonhadoras que vem lá do Amapá
          
 
    Hoje amanheci com vontade de dançar Com vontade de
      Hoje amanheci com vontade de dançar
Com vontade de provar do batom da tua boca
Hoje eu acordei com vontade de beijar
Com vontade de beber dessa paixão tão louca
          
Lembro da gente voltando da festa terminada Em cambaleios
      Lembro da gente voltando da festa terminada
Em cambaleios abraçado a pessoa amada
Ouvia-se apenas os compassos de nossos passos
Que se harmonizavam com as cantigas
Que surgiam …
          
 
    Água distanciando do porto Da beira à água Caminhadas desenham
      Água distanciando do porto
Da beira à água
Caminhadas desenham
O desejo do rio.
          
Sorrio apenas o necessário Para que o sorriso não
      Sorrio apenas o necessário
Para que o sorriso não seja apenas um escancarar de boca
Boca que seduz, assobia, devora, chupa que beija
Boca que poeta, encanta, canta e não cala.
          
 
    Esterqueira
      Esterqueira, 
Acúmulo de idéias liquidificadas
Na cabeça do arrogante homem da lei.
          
 
    Eu quero mesmo é ficar em casa No aconchego
      Eu quero mesmo é ficar em casa
No aconchego das curvas de teu violão
Beijando essa boca fresca de hortelã
Quarando a madrugada pra te consumir.
          
 
    Eis-me aqui Carne dada aos vermes Sem arrependimentos Dormindo nos meus
      Eis-me aqui
Carne dada aos vermes
Sem arrependimentos
Dormindo nos meus culposos desejos
Sonhando com carícias impróprias.
          
 
    Do gosto a explosão Da água o coração Do caroço
      Do gosto a explosão
Da água o coração
Do caroço a compreensão
É tempo de jambo.