Poesias de Machado de Assis

A certos respeitos

A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doc…

(…Continue Lendo…)

Quando me perguntava se sonhara com ela na véspera

Quando me perguntava se sonhara com ela na véspera, e eu dizia que não, ouvia-lhe contar que sonhara comigo, e eram aventuras extraordinárias, que subíamos ao Corcovado pelo ar, que dançávamos na lua,…

(…Continue Lendo…)

Se eu lembrasse de deixar a vida por aborrecimento ou capricho

Se eu lembrasse de deixar a vida por aborrecimento ou capricho, seria você acusado de me haver propinado o veneno?

Quinze anos

Quinze anos! é a idade das primeiras palpitações, a idade dos sonhos, a idade das ilusões amorosas, a idade de Julieta; é a flor, é a vida, e a esperança, o céu azul, o campo verde, o lago tranqüilo, …

(…Continue Lendo…)

A Corte divertia-se

A Corte divertia-se, como sempre se divertiu, mais ou menos, e para os que transpuseram a linha dos cinqüenta divertia-se mais do que hoje, eterno reparo dos que já não dão à vida toda a flor dos seus…

(…Continue Lendo…)

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é dife…

(…Continue Lendo…)

Então

Então, se és digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vid…

(…Continue Lendo…)

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Longe de educar o gosto

Longe de educar o gosto, o teatro serve apenas para desfantasiar o espírito, nos dias de maior aborrecimento.

A bebedice parece desenvolver-se entre nós

A bebedice parece desenvolver-se entre nós, já em tal escala, que a taberna é o pórtico da sepultura”.

A natureza incumbira-se de completar a obra

A natureza incumbira-se de completar a obra,- melhor diremos, começá-la. Ninguém adivinharia nas maneiras finamente elegantes daquela moça, a origem mediana que ela tivera; a borboleta fazia esquecer …

(…Continue Lendo…)

Não é mau este costume de escrever

Não é mau este costume de escrever o que se pensa e o que se vê, e dizer isso mesmo quando não se vê nem pensa nada.

— Se eu soubera

— Se eu soubera, dizia Soares, que no fim de tão pouco tempo a senhora me faria beber fel e vinagre, não teria prosseguido em uma paixão que foi o meu castigo. Fernanda, muda e distraída, mirava-se de…

(…Continue Lendo…)

Mas

Mas, onde cessava ali a realidade e começava a aparência? Vinha de tratar com um infeliz ou um hipócrita?

A felicidade estava nas minhas mãos

A felicidade estava nas minhas mãos, presa, vibrando no ar as grandes asas de condor, ao passo que o caiporismo, semelhante a uma coruja, batia as suas na direção da noite e do silêncio…

(…Continue Lendo…)