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Bebo goles gigantescos do instante

Bebo goles gigantescos do instante. Cansei de beber o amanhã. Bebo ao presente, presenteio-me com o sublime minuto que desaflora sentidos.

Eu, que sempre tinha uma palavra pronta, morri no silêncio.
Sobrou profundo ressentimento, por jamais saber como seria…

Se saudade tivesse outro nome, seria o seu…

Trilha, partilha… já sinto o aroma das flores.

Não é lamparina ou fósforo que ilumina mini certezas. É luz do dia, adeus à escuridão, oração sincera de paz. É silêncio do coração…

Bons sonhos. Que a noite te guarde em véus de reflexos azulados da lua, e que o dia chegue trazendo dourado de um novo amanhã radioso.

Sou esperta em linhas retas. Em linhas tortas e no abstrato me abstraio, caio e calo. Mergulharei em Picasso, quem sabe não me acho.

Por que água, se tudo está seco, se tudo está no lugar? Sem chuva em meu coração, apenas lua e sol!

Quando o coração acorda junto com o sol, há uma certeza plena e iluminada de um novo dia, um recomeço, a paz extraída do próprio sorriso!

Eu sei que dentro do seu silêncio, corre um rio de pensamentos e que em algum lugar suas águas ficam mais claras ao encontrar as minhas.

Amores verão! Verão a chuva cair em pingos grossos. Chuva rápida que lava alma, refresca mas não nutre a terra que se abastece de si própria.

Sou presente sem embrulho, sem estardalhaço, atrasado, em dia errado, sem laço…
Mas dou-me de presente. Estou presente, não sente?

Um brinde! Aos insatifeitos. Aos que tem fome. Aos intensos que passam pela vida, mas não deixam a vida passar. A nós e aos nós!

Beba-me enquanto estou aqui. Sou bebida ácida e doce, que facilmente evapora ao contato do ar…

A vida vai passando, implorando sempre um pouco mais de sensatez; na palidez da dor em alma carmim, imploro sempre um pouco mais de cor…