Crônicas de Uma Guarita
Crônicas de Uma Guarita.
Jamais escreveria isso se não tivesse uma certa habilidade com as palavras.
.
O escritor é por natureza criativa, um observador nato e consegue transformar um simples gesto em uma narrativa interessante .
O escritor consegue fazer um ode à vida ou à morte, onde quer que ela se encontre.
Ser escritor é poder brincar com o cotidiano sem no entanto, ser julgado por isso.
Remeto-me ao título para começar a contar o que vivi hoje.
A guarita ou ponto de ônibus, nos parece um tanto quanto desconfortável, mas também pode ser palco de breves acontecimentos pra lá de inusitados.
E onde está a graça da vida se não fosse esses pequenos acontecimentos, e de certa forma ate inocentes, dependendo da mente que o abstrai.
Bom, hoje sentei-me no banco da guarita para esperar o ônibus que me traria de volta para casa.
Confesso que estava um pouco descontente, pois o dia não tinha sido de tudo maravilhoso.
Lembrei-me da barrinha de cereal que eu trazia na bolsa e pus-me a comê-la, quando um ônibus para à minha frente.
Um senhor, acredito que, deveria ter uns setenta anos mais ou menos, me observava fixamente.
Tentei disfarçar, mas meus olhos sempre cruzavam com os dele.
Segundo Laura Moss, do Portal Mother Nature Network, o nosso cérebro está programado para registrar “pistas” presentes no ambiente e nos alertar caso alguém esteja olhando para nós.
Isso faz parte do nosso instinto de sobrevivência e, conforme explicou, muitos mamíferos contam com um sistema parecido, que os avisa quando outro animal — um potencial predador — está por perto e à espreita.
Predador ou não, ele acenou para mim e soprou-me um "big sexy kiss", antes de partir.
O meu instinto de sobrevivência naquele instante era desvencilhar-me de mim mesma.
E numa gargalhada só, pude perceber que os traços delineantes da vida são mais puros do que se supõe.
Mensagens Relacionadas
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876.
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876.
Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes um nome feio, mas não havend…
Crônicas da Guarita II
Crônicas da Guarita II…:)
Eu nem estava podendo rir, pois me doía os pulmões, as costelas e otras cositas mas. No entanto, pude ouvir a conversa de uma senhora já idosa que estava ao meu lado.
(…Continue Lendo…)
Crônica de si mesma – Bianca e André
Crônica de si mesma – Bianca e André
Acordo às 8 da manhã
E a primeira coisa que faço é ligar o computador
Preciso ver como estão todos
Dormiram bem?
Quantos dizem: Bom d…
Cronica Natalina Que vontade de ouvir "noite feliz" (cantado pela Simone)
Cronica Natalina
Que vontade de ouvir "noite feliz" (cantado pela Simone). Comer peru com maionese amanhecida, esperar pelo Papai Noel descendo da chaminé (tenho que encomendar uma), ganhar um p…
Crônica 02
Crônica 02
Ontem eu encontrei as cartas que você me escreveu. Em poucos minutos vi acontecer nosso pequeno romance. Vi a minha pressa para escrever uma meia dúzia de termos carinhosos, porque eu…
Crônica de um sonho acordado
Crônica de um sonho acordado
Acordei com sonhos descordenados. Quieto, fingí que te ouvia. Mesmo na escuridão do quarto, teu rosto me aparecia. Lágrimas soltas rolavam, mas do queixo não caiam, …