O Amor – Poesia futurista
O Amor – Poesia futurista
A Dona Branca Clara
Tome-se duas dúzias de beijocas
Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo
Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme
Deite-se quatro colheres de açucar da Melancolia
Coloque-se dois ovos
Agite-se com o braço da Fatalidade
E dê de duas em duas horas marcadas
No relógio de um ponteiro só!
Mensagens Relacionadas
Poema da cachoeira
Poema da cachoeira
É a mesma estação rente do trem
Toda de pedra furadinha
Meu pai morou alguns anos aqui
Trabalhando
Um dia liquidou
Ativo passivo
Cinco gali…
Vício da fala
Vício da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Senhor Que eu não fique nunca Como esse velho inglês Aí
Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
Escapulário
Escapulário
No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia.
O Poeta Come Amendoim
O Poeta Come Amendoim
Mastigado na gostosura quente de amendoim…
Falado numa língua curumim
De palavras incertas num remeleixo melado melancólico…
Saem lentas frescas triturada…
Tenho a felicidade de escrever os meus melhores versos
Tenho a felicidade de escrever os meus melhores versos. Melhor do que isso não posso fazer.
#modernismo#bonitas#mario#poemas#andrade#mariodeandrade