Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoas enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro.
Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva para Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem.
O telefone toca três vezes.
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Tu és flor de primavera
que sem o amor não aflora,
sou sua água sou sua terra
mais sem você sou nada,
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Se não houver força creia
Se não houver força creia,
Se não ver esperança persevera,
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Dias de Glórias que ninguém vai saber de suas cicatrizes mas sim de suas vitórias …

Não é que minhas mãos escrevam menos Nos dias
Não é que minhas mãos escrevam menos
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Se na jornada tem espinhos?
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Mas quando se permite primavera…
Sempre cabem flores, espinhos (amadurecimento), ventos, outonos e a alegria de viver!
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Sonhei que caminhava
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perguntas sem respostas
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"Tudo o que eu queria um dia pra mim, vi em você desde o começo, verão e primavera encontraram-se enfim, virando o inverno pelo avesso"
"Tudo o que eu queria um dia pra mim,
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verão e primavera encontraram-se enfim,
virando o inverno pelo avesso"
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Gon…