Uma âncora a afundar
Uma âncora a afundar
Eu sempre fui tão leniente
E vou com as águas correntes
Rumo ao invencível mar.
Os meus sentimentos nas fontes
Se escondem de tão longe
Para, em minha alma naufragar.
E tal qual procede um artista
No seu divino quadro, pinta
A arte de um magnífico lugar.
Um marinheiro a mercê das águas
Agitadas, rema rumo a praia
Sob o brilho de um magnífico luar.
Ah, meu pobre artista, assusta
O registro das minhas torturas
Vê se pare de as colecionar.
Eu me revolvo em puro espanto
Na orna negra do teu manto
Como uma âncora a afundar.
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