DIZER NÃO PODE SER UM SIM
DIZER NÃO PODE SER UM SIM
Deitei, pra aguardar o sono…
Mergulhei num único ato de fato
As margens da paixão quente e finita
As vidraças ficaram embaçadas te aguardando
Tanto tempo que te busquei e esperei…
Vinhos e queijos à meditações ficaram se aquecendo na lareira…
Minhas sílabas etílicas buscavam vírgulas sóbrias
E trouxeram apenas muitas interrogações enquanto a tua espera fiquei,
Ou tu…ou fui eu quem as trouxe,
Ai…! Que diferença faz quem e quando…
Se te amo e me amas? Palavras… Palavras criam asas no ar não nada provam, nada solidificam
Realizemos algo de concreto então, para a veracidade vir a tona…
Frente as evidencia do amor!
Será que conhecemos o amor?
Eis a questão? Depois de tantos amores teus… Pode até ser que saibas ser seu o amor…
Mas eu? Que sei eu de Amor?
Vez que de um único amor até hoje provei…
E tu me exclamavas com reticências
Reticências tem muito a dizer…ah e como tem…
Quando voltarei a estar entre vírgulas aguardando teu vulto?
Responda- me sinceramente, meu amor…
Divino ou não, tu és prudente, ora oceânico, místico, ora platônico…
Se eu amargamente dissesse :
--o amo… Pois me equivoquei…!
O que tu farias? Se não fosse tua de mais ninguém seria?
Certa que tu não te darias por vencido!
Busquei entender meus erros de mulher ingrata que tenho sido por não ser tu por mim correspondido, embora saibas que negar minha lascívia tem sido via de mão dupla de retorno a ti
Se fui ríspida quando me beijavas entre versos e rimas, foi para te provocar
Nunca sequer soube ser eu volátil…
Fui tola quando te voltei às costas e lacrei a porta de nosso relacionamento!
Quando voltarei?
Não sei!
Os desejos foram mais eficazes e qualificados que me derrubaram em torturas
Torturas e migalhas, não aceito,
são lembranças que jogamos aos ralos sociais!
Sai em busca de respostas em meio ao caos…por uma e nefasta razão.
Não via mais a esperança, nem a sombras dos espetáculos que roteiramos juntos…
Menos um dia
Menos uma esperança…
Quanta dúvida casta!
E tu continuas a provocar…
Ao meu coração, com pequenas pitadas versadas, debulhas meu infinito amor misericordioso.
Poderíamos usufruir as pétalas dos girassóis de Van Gogh em óleo,
Ou aos riscos cúbicos de Pablo Picasso numa batalha " Guarnica"
Riscar e arriscar em telas meu corpo, e me enaltecer de tua tinta leitosa
E de minha arrepiada epiderme lúgubre…
Repleta de ousadia para ser quem abençoa a espinho saliente dos ímpares…
Dos descasados rebeldes…e mau humorados, retesados, vertendo deleite
Dos lugarejos apaixonados e baldios…
De um piano Bethovenissimo e sincero!
Acordo nas ruas perplexas do teu mundo,
Desperto ais passos de meus medos!
Não posso mais esperar!
Preciso que tua lança esperança chegue até este ser varrido de volúpia e desejo
Para que esperar então?
Se tudo que me deixastes,
foi um punhado de sonhos bordados de vontade e reiterados desejos.
Não é real, e nem irreal!
É o que tem ser…
Seja, esteja…
_________________Norma Baker
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