Frases de Carolina Maria de Jesus

Eu adoro a minha pele negra

Eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. Eu até acho o cabelo de negro mais educado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é…

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O negro só é livre quando morre

O negro só é livre quando morre.

(…) quando percebi que eu sou poetisa fiquei triste porque o excesso de
imaginação era demasiado.

Quando eu era menina o meu sonho era

Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil, porque eu lia a história do Brasil e ficava sabendo que existia guerra, só lia os nomes masculinos como defensores da pátria entã…

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Cheguei à conclusão de que não necessitamos perguntar

Cheguei à conclusão de que não necessitamos perguntar nada a ninguém. Com o decorrer do tempo vamos tomando conhecimento de tudo.

Lá no interior eu era mais feliz

Lá no interior eu era mais feliz, tinha paz
mental. Gozava a vida e não tinha nenhuma enfermidade. E aqui em
São Paulo, eu sou poetisa!

Quem não tem amigo mas tem um livro tem uma estrada

Quem não tem amigo mas tem um livro tem uma estrada.

Os brancos de agora já estão ficando melhor para os pretos

Os brancos de agora já estão ficando melhor para os pretos. Agora, eles atiram para amedrontá-los, antigamente atiravam para matá-los.

Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados

Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu…

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Quando eu vou na cidade tenho a impressão

Quando eu vou na cidade tenho a impressão de que estou no paraíso. Acho sublime ver aquelas mulheres e crianças tão bem vestidas. Tão diferentes da favela. As casas com seus vasos de flores e cores va…

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No dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual

No dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual: a fome!

Eu classifico São Paulo assim

Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.

O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer

O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer.

Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário

Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário.

É quatro horas

É quatro horas. Eu já fiz almoço – hoje foi almoço. Tinha arroz, feijão e repolho e linguiça. Quando eu faço quatro pratos penso que sou alguém. Quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão, o alime…

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