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quando se abrem brechas na memória

quando se abrem brechas na memória, a vida fica sem tino, estremecem os alicerces e a alma veste-se de negro…

quando imploro à mente pelas recordações, chega-se a mim a alma da saudade que preenche o meu vazio…num gesto de bondade

trago na bagagem da memória um espelho que me revela um rosto que não encontro, uma voz que não alcanço, por muito que em mim procure…

a felicidade é como um aguaceiro repentino, que desaparece sem dar tempo
a uma pessoa para abrir o guarda-chuva.

pousei os olhos na minha mão, pedi-lhe que não desanimasse, que escrevesse em liberdade, sem amarras o que vai no coração…

o sentimento saudade é toada batendo na porta do coração e nos deixa melancólicos como a cinza do anoitecer…

a vida é uma escalada contínua, a força vai diminuindo, mas ao chegar ao topo, valeu o esforço, ao olhar a paisagem que se nos depara…

Tudo tem um limite, até as lágrimas que se derramam por amor… logo a mais obscura penumbra no coração se torna claridade.

saltei ao caminho e a vida se fez pressa, morreu a esperança de tanta promessa…moinho sem vento, mói meu pensamento…

há rectas no meu sonho e eu sigo em frente ante o delírio do entardecer, enquanto a luz não acabar…

no balancear dos loureiros deixei a minha infância, hoje as memórias me chegam na corrente da brisa, num murmúrio de nostalgia…

quando se é grande de alma e coração, conquista-se a confiança até do seres mais pequeninos…

há uma distância mínima entre a tristeza e a felicidade…é preciso encurtá-la e sorrir

sucumbo ao abraço dos teus braços, quando acontece, nasce mais um poema de saudade…

E de repente a juventude vem à memória…e me adoça o vazio…