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O que o poeta faz nas Redes Sociais

O que o poeta faz nas Redes Sociais? Por que grita, verbaliza, entona com está linguagem picotada, tão cheia de sotaque gráfico? Deus!

Senti hoje o peso da indiferença. Ela pesa o mesmo que o esforço feito para ficar naquele lugar de escárnio, que é o lugar comum.

Fazendo caras tristes os palhaços conseguem gargalhadas. O povo consegue o mesmo fazendo cara de que está tudo bem, nos dias de eleição.

Houve um tempo que eu achava que o voto não era importante. Agora eu tenho certeza. O melhor retrato do voto é um caminhão de boias frias.

Para acreditar em pássaros é preciso voar na imaginação, mas para crer nos aviões é preciso por o cinto e segurar o saquinho de vômito.

Quem pode gostar das pessoas quadradas, ela são difíceis até de abraçar.

A linguagem da internet é uma linguagem pasma, pontuada, sem ter ponto nenhum. O poeta disse: Deus me proteja da linguagem da net.

É preciso olhar o céu apenas como um campo onde os pássaros jogam seus jogos.

Fazer poesia é fazer casulos de cobertores e sofás e brincar dentro deles fazendo comidinha. Ah, é lá dentro que apaixonamos a primeira vez.

Quem não tem a capacidade de apaixonar-se todos os dias ao final da tarde pelas crianças não sabe o que é sonho.

Nos anos oitenta curtíamos uma música e namorávamos, hoje curtimos um Twitter e deixamos de namorar.

Poeta é quem tem uma fazenda de borboletas amarelas.

Arrisque tudo quando o amor te pegar pela mão: ande na corda bamba, mergulhe no mar, lute com os leões, mas não se arrependa.

Já estive em um mar de rosas e quase me afoguei.

O povo brasileiro finalmente aprendeu a usar a internet.