Quando não te doeu acostumar-te a mim
"Quando não te doeu acostumar-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem,
a meu nome que todo afugentam.
Tantas vezes vimos arder o luzeiro
nos beijando os olhos e sobre nossas cabeças
destorcer-se os crepúsculos em girantes abanos.
Sobre ti minhas palavras choveram carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alegres,
copihues, avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas
Mensagens Relacionadas
Tenho fome da sua boca, da sua voz, do seu cabelo, e ando pelas ruas sem comer, calado, não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta, busco no dia o som líquido dos seus pés.
Tenho fome da sua boca, da sua voz, do seu cabelo,
e ando pelas ruas sem comer, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,
busco no dia o som líquido dos seus pés.
…

Quem escreve para obter o supérfluo como se
Quem escreve para obter o supérfluo como se escrevesse para obter o necessário, escreve ainda pior do que se para obter apenas o necessário escrevesse.
#pessoa#fernandopessoa#fernando#escritores#famosos#poemas#amorSubstitui-te sempre a ti - próprio
"Substitui-te sempre a ti - próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti - próprio. Acontece-te perante ti - próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que t…
#famosos#fernando#poemas#fernandopessoa#amor#pessoa
Duas horas te esperei Dois anos te esperaria
Duas horas te esperei
Dois anos te esperaria.
Dize: devo esperar mais?
Ou não vens porque inda é dia?
Cais, às vezes, afundas em teu fosso de silêncio, em teu abismo de orgulhosa cólera, e mal consegues voltar, trazendo restos do que achaste pelas profunduras da tua existência.
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua…