Cais, às vezes, afundas em teu fosso de silêncio, em teu abismo de orgulhosa cólera, e mal consegues voltar, trazendo restos do que achaste pelas profunduras da tua existência.
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
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(Aforismos e afins)
Tenho fome da sua boca, da sua voz, do seu cabelo, e ando pelas ruas sem comer, calado, não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta, busco no dia o som líquido dos seus pés.
Tenho fome da sua boca, da sua voz, do seu cabelo,
e ando pelas ruas sem comer, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,
busco no dia o som líquido dos seus pés.
…

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Quem escreve para obter o supérfluo como se escrevesse para obter o necessário, escreve ainda pior do que se para obter apenas o necessário escrevesse.
#fernando#fernandopessoa#escritores#pessoa#famosos#amor#poemasSubstitui-te sempre a ti - próprio
"Substitui-te sempre a ti - próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti - próprio. Acontece-te perante ti - próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que t…
#poemas#famosos#pessoa#fernando#fernandopessoa#amor
Não sou nada
Não sou nada,
Não posso ter nada,
Não quero ter nada,
À parte isso,
Tenho todos os sonhos do mundo.