Dorme
Dorme, ruazinha…
É tudo escuro…
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos.
Dorme…
Não há ladrões, eu te asseguro…
Nem guardas para acaso persegui-los…
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos…
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão…
Dorme, ruazinha…
Não há nada…
Só os meus passos…
Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração…
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Todos os jardins deviam ser fechados,
com altos muros de um cinza muito pálido,
onde uma fonte
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sozinha
entre o vermelho dos cravos.
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por mão na mão
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sem…
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