Nasceu a lua – Matou-me O ano começa
Nasceu a lua – Matou-me
O ano começa e eu estava decidida a entregar-me aos estudos.
A ansiedade por conhecer pessoas novas e encarar assuntos mais complicados me fez está pronta em minutos.
Peguei a mochila que por sinal estava completamente fora da padronização da escola e me dirigi ao meu pavilhão.
Revi pessoas que marcaram minha vida, abracei-as e apresentei-me a pessoas novas.
Eu era típica menina melosa que ama abraços e ursos cor de rosa.
Não importava muito naquele momento.
Estava perfeito.
Até que olhei para a sacada do meu colégio e avistei alguém.
Senti calafrios e sorri ao ser chamada por minhas amigas para voltar à conversa.
Não me entendi.
A escolha da sala foi logicamente feita pela secretaria do colégio, mas por mais que eu tentasse não sentia nenhuma mudança.
O comportamento dos meus colegas era o mesmo, os professores passavam e me cumprimentavam, permaneciam com os mesmos cortes de cabelos e estilos de roupa dos anos anteriores.
As pessoas legais continuavam legais, as inteligentes continuavam inteligentes, as mais quietas continuavam sentando nos cantos da sala e os novatos tentavam se encaixar em um deles.
Eu especialmente era viciada por disciplina e tentava buscar a ordem.
As crises, as brigas e a falta de educação não tinham espaço perto de mim e logo percebi que eu fazia parte da “guarda de honra”.
Vinquei-me, aperfeiçoei-me e acomodei-me no militarismo que tanto levanta o meu alto estima.
Deves está a pensar – Ela estuda em um Colégio Militar.
–Você está certo, meu caro!
Os dias foram passando e todos já estavam com saudade das férias.
Entraram de volta no ritmo e a vida voltou a ordem.
Eu não era mais a menina dos ursinhos cor de rosa.
Passei a ser temida e troquei os vestidos pelo meu fardamento que aos meus olhos era tão bonito quanto o resto do meu guarda-roupa.
Eu me dedicava aos estudos a cima de tudo e não desprezava nada que pudesse me acrescentar.
Como todo bom colégio tinha que haver boatos, e a escolhida tinha sido eu.
Azar? A palavra “Azar” tinha virado o meu sobrenome no final do mês de Julho, quando as aulas voltaram do recesso de São João.
Começaram diversos boatos e então decidi me queixar no “corpo de alunos” (Local responsável pelo comportamento disciplinar dos alunos).
Foi daí que conheci a lua.
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