Barco na Beira do rio.
Barco na Beira do rio.
Éramos animais, como qualquer outro animal vivo na natureza.
Buscando apenas a existência através da sobrevivência, tudo meio com base nos instintos, desde da alimentação, ao repouso até o sexo e a reprodução.
Então de alguma maneira ( existem teorias diversas), mas vou chamar de “alguma maneira”… começamos a evoluir no processo de pensar, a coisa tomou tanta proporção que percebemos que conseguíamos modificar a nossa natureza.
Passamos a usar nossa consciência crítica, analítica como um motor para sermos qualquer coisa que nossa imaginação fosse capaz de visualizar.
Cada serhumaninho durante a sua existência produziu o que chamo de barco na beira do rio.
É bem simples o conceito, você nasce, cresce, e percebe o mundo a sua volta, diante disso você avança o máximo que pode, seja com um feito prático ou teórico, quando você morre seu conhecimento se transforma em um barco na beira do rio, quem vem depois aproveita isso para avançar mais um bocado e o ciclo continua.
Acontece que milhares de anos depois, não sabemos mais o que de fato é real.
É como se nada de fato fosse real, partindo do princípio de que tudo foi criado por alguém em algum momento da história ( certas criações foram incríveis e nos mantém vivos até hoje, outras depois de alguns séculos nem tão incríveis assim).
Tudo bem que existem os instintos humanos, a biologia e o próprio inconsciente indecifrável, mas ainda assim toda realidade é uma fantasia que escolhemos tornar realidade para que a existência do homem tenha algum sentido mais lógico.
Exemplo : você come carne de cachorro? Pode ser que sim, pode ser que não.
Depende de onde você viveu e o que aprendeu.
Outro exemplo: você concorda com aquilo que aconteceu no 11 de Setembro? Provavelmente não, mas para quem realizou “ na cabeça” era algo normal.
Eis uma pequena reflexão: Quanto de você é seu e o quanto de você é uma repetição?
O quanto somos realmente livres para pensar no mundo, na existência e na nossa vida.
Sei que não é lá uma tarefa simples, é bem mais fácil se abraçar com o barquinho que alguém já construiu e abandonou na beira do rio.
Afinal, já está pronto.
A questão final é o começo de tudo.
O barquinho que eu escolhi pegar na beira do rio me faz pensar que temos duas opções.
A primeira seria escolher símbolos/ arquétipos de pensamentos e comportamentos que nos identificamos de alguma maneira e fazer desses o nosso caminho de vida.
A segunda opção é olhar com olhar de quem não está disposto a aceitar tudo mastigado e deseja questionar.
Não pense que esse segundo caminho é tão interessante, quase sempre você estará numa jornada solitária quando se tratar de pensar por lados distorcidos dos padrões gerais, mas na primeira escolha é um grande saco ser escravo sem saber que é escravizado.
Moral da história: O olhar para a civilização como um grande avanço evolucionista e entender que não é possível fazer com que 200 milhões ou 7 bilhões entrem em uma forma de pensamento coletivo ou analítico, é o que é, as coisas são como são, parece redundante mas cada um enxerga o que consegue vê.
Tiago Szymel
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