Frases de Vergílio Ferreira

Jovens e nus frente ao mar

Jovens e nus frente ao mar, estão presentes em cada célula do seu corpo. Mas a vida que têm é demais para eles e não sabem que fazer dela. Emergem da água rutilantes e riem. Depois deitam-se na areia,…

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O prazer que nos dá uma ideia de outrem com que concordamos

O prazer que nos dá uma ideia de outrem com que concordamos, vem-nos da ilusão de que fomos nós que a inventámos. Até porque fomos. Mas só agora o soubemos.

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A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte

A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte. Ora na velhice tal luta é mais problemática. E é por isso que no velho a moda é mais ridícula.

O amor destrói

O amor destrói. A amizade constrói.

Aprofundar os sentimentos

Aprofundar os sentimentos, aprofundar o homem, é como aprofundar as raízes de uma árvore: para lá de certo limite perdemo-nos em filamentos. É aí que trabalha o charlatão da «psicologia».

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Deus inventou o sexo

Deus inventou o sexo, nós inventámos o amor. Ele tinha razão.

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Afirmação

O amor afirma, o ódio nega. Mas por cada afirmação há milhentas de negação. Assim o amor é pequeno em face do que se odeia. Vê se consegues que isso seja mentira. E terás chegado à verdade.

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É muito difícil conhecer as nossas limitações

É muito difícil conhecer as nossas limitações. Porque dentro de uma casa não se vê essa casa.

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A pátria

A pátria, como tudo, és tu. Se for também a do teu adversário político, é já problemático haver pátria que chegue para os dois.

Mais forte do que a religião

A superstição é mais forte do que a religião - disse alguém. Naturalmente porque a religião é uma superstição mais civilizada. E a barbárie sempre teve mais força.

Não se tem simpatia se não houver seja

Não se tem simpatia se não houver seja o que for de admiração: tem-se apenas tolerância ou piedade.

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Quando uma doença não tem cura

Quando uma doença não tem cura, é que há muitos remédios para a curar.

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Como em jogo de cabra-cega

Como em jogo de cabra-cega, em que há seres à nossa volta, a pergunta orienta-se entre os que lhe não pertencem até achar o que procura.

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O ciúme

O ciúme. Que irritante. Ele é uma expressão da avidez da propriedade. Ou da petulância do domínio. Ou do gosto da escravização.

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O grande paradoxo do artista é ter de

O grande paradoxo do artista é ter de tornar invisível a visibilidade do artifício com que torna visível esse invisível.

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