Para o Carnaval
Para o Carnaval
Todo ano é a mesma coisa: você chega, fica aqui três dias e aí vai embora.
Volta um ano depois, todo animadinho, querendo me levar para a gandaia.
Olha, honestamente, cansei.
Seus amigos, bando de mascarados, defendem você.
Dizem que sempre foi assim, festeiro, brincalhão, mas que no fundo é supertradicional, de raízes cristãs, e só quer tornar as pessoas mais felizes.
Para mim? Carnaval, desengano… Você recorre à sua origem popular e incentiva essas fantasias nas pessoas, de que você é o máximo, é pura alegria, mas não passa de entrudo mal-intencionado, um folguedo, que nunca viu um dia de trabalho na vida.
Acha-se a coisa mais linda do mundo e é cafonice pura.
Vive desfilando pelas ruas, junto com os bêbados, relembrando o passado.
Chega a ser triste.
Carnaval, você tem um chefe gordo e bobalhão que se acha um rei, mas não manda em nada.
Nunca teve um relacionamento duradouro.
Basta chegar perto de você e temos que aguentar aquelas fotos de mulheres nuas, que são o seu grande orgulho.
Você não tem vergonha, não?
Sei que as pessoas adoram você, Carnaval, mas eu estou cansada dos seus excessos e dessa sua existência improdutiva.
Seja menos repetitivo, proponha algo novo.
Desde que o conheço, você gosta das mesmas músicas.
Gosta de baile.
Desculpa, mas estou pulando fora.
Será que essa sua alegria toda não é para esconder alguma profunda tristeza? Será que você canta para não chorar? Tentei, várias vezes, abordar essas questões, e você sempre mudou de assunto.
Ora, chega dessa loucura.
Reconheça que você se esconde atrás de uma dupla personalidade.
Cada vez mais e mais pessoas ficam incomodadas com essa sua falsa euforia, fique sabendo.
Conheço várias que fogem, querendo distância das suas brincadeiras.
Você oprime todo mundo com esse seu deslumbramento excessivo diante das coisas, sabia?
Por exemplo, essa sua mania de camarote.
Onde os vips podem suar sem que isso pareça nojento.
Onde se pode falar torto sem que seja errado.
Todos vestidos de uniforme, senão não entram.
Todos doidos para passar a mão na bunda um do outro.
Essa é a sua idéia de curtir a vida?
Menos purpurina, Carnaval.
Menos bundas, menos dentes para fora.
A vida é linda, mas a “lindeza do lindo mais lindo que há no lindíssimo” é um saco.
Um pouco de calma e autocrítica nunca fez mal a ninguém.
Tudo muda no mundo – por que você insiste em continuar o mesmo?
A harmonia vem da evolução, não das alegorias.
Chegou a hora de rodar a baiana para não atravessar na avenida.
Como será amanhã? Responda quem puder.
Mensagens Relacionadas
Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já …
Passa uma Borboleta
Passa uma Borboleta
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm pe…
As quadras dele (II)
As quadras dele (II)
Digo pra mim quando oiço
O teu lindo riso franco,
"São seus lábios espalhabdo,
As folhas dun lírio branco…"
Perguntei às violetas
Se não tinham…
Entenda
Entenda, é tudo novo pra mim. Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como espero pelo seu… Eu nunca fui…
#alguem#novo#desconhecido#especial#boasvindas#precisoLá vou eu aqui de novo falar de mim, por que não consigo mas falar de ninguém. Lá vou eu aqui de novo tentando me conhecer, porque sei que a gente não conhece ninguém.
Lá vou eu aqui de novo falar de mim, por que não consigo mas falar de ninguém. Lá vou eu aqui de novo tentando me conhecer, porque sei que a gente não conhece ninguém.
Acabei de tomar meu Diempa…
A meu favor tenho o teu olhar testemunhando por mim perante juízes terríveis: a morte, os amigos, os inimigos.
A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.
E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
(…Continue Lendo…)