Poemas Curtos de Mario Quintana

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas…

Esta vida é uma estranha hospedaria

Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.

O MATA-BORRÃO O mata-borrão absorve tudo e no fim

O MATA-BORRÃO
O mata-borrão absorve tudo e no fim da vida acaba confundindo as coisas por que passou… O mata borrão parece gente!

Naquele dia

Naquele dia, fazia um azul tão límpido, meu Deus, que eu me sentia perdoado para sempre.
Nem sei de quê.

Trova Coração que bate-bate

Trova
Coração que bate-bate…
Antes deixes de bater!
Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.

O Verso

O Verso
O verso é um doido cantando sozinho.
Seu assunto é o caminho. E nada mais!
O caminho que ele próprio inventa..

A preguiça é a mãe do progresso

A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

A Psicanálise

A Psicanálise? Uma das mais fascinantes modalidades do gênero policial, em que o detetive procura desvendar um crime que o próprio criminoso ignora.

A DIFERENÇA A diferença entre um poeta e um

A DIFERENÇA
A diferença entre um poeta e um louco é que o poeta
sabe que é louco… Porque a poesia é uma loucura lúcida.

Há 2 espécies de chatos

Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

Não Olhe para os Lados

Não Olhe para os Lados
Seja um poema, uma tela ou o que for, não procure ser diferente.
O segredo único está em ser indiferente.

O maior chato é o chato perguntativo

O maior chato é o chato perguntativo. Prefiro o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir pensando noutra coisa…

Quiseste expor teu coração a nu

Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor… alheio!

De um autor inglês do saudoso século XIX

De um autor inglês do saudoso século XIX: O verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente.

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DOS MUNDOS Deus criou este mundo

DOS MUNDOS
Deus criou este mundo. O homem, todavia,
Entrou a desconfiar, cogitabundo…
Decerto não gostou lá muito do que via…
E foi logo inventando o outro mundo.