Pensamentos de Fernando Pessoa

Não importa se a estação do ano muda

Não importa se a estação do ano muda…
Se o século vira, se o milénio é outro.
Se a idade aumenta…
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.

Sentir é estar distraído

Sentir é estar distraído.

A maioria pensa com a sensibilidade

A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.

(…Continue Lendo…)

Não sei o que sinto

Não sei o que sinto, não sei o que quero, não sei o que penso nem o que sou.

Conhece alguém as fronteiras à sua alma

Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer - eu sou eu?

Todas as cartas de amor são ridículas

Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.

Sou definitivamente contra o definido

Sou definitivamente contra o definido, porque o definido é o bastante e o bastante não basta

Toda a poesia - e a canção é

Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.

Se achar que precisa voltar

Se achar que precisa voltar, volte. Se perceber que precisa seguir, siga. Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudade, mate-a. Se perder um amor, não s…

(…Continue Lendo…)

Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para

Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.

A fé é o instinto da ação

A fé é o instinto da ação…

Tudo o que chega

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

O verdadeiro cadáver não é o corpo (

O verdadeiro cadáver não é o corpo (…), mas aquilo que deixou de viver.

Meu coração é um balde despejado

Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada

Outrora eu era daqui

Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro,
Forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim.
Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei.
Eu reinei no que nunca fui.

(…Continue Lendo…)