Poemas Pequenos

Dela havia aos poucos emergido para descobrir que

"Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia"

Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atrave…

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Então quando se está morta se conserva a consciência

Então quando se está morta se conserva a consciência?
Em menos de dois segundos pode-se viver uma vida e uma morte e uma vida de novo.
A viver desse modo, prefiro à morte.
Sou uma fe…

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Valeu a pena

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que …

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A mágoa profunda tem menos poder para atingir

A mágoa profunda tem menos poder para atingir / O homem que dela faz troça, e não a carrega como um fardo.

Eu sou feita de tão pouca coisa

"Eu sou feita de tão pouca coisa e meu equilíbrio é tão frágil, que eu preciso de um excesso de segurança para me sentir mais ou menos segura."

Detesto coisas mais ou menos

Detesto coisas mais ou menos, não sei amar mais ou menos, não me entrego de forma mais ou menos

Um poema como um gole d'água bebido no escuro

Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na
[floresta noturna.
Um poema sem outr…

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"Tudo vale a pena Se a alma não é pequena."

"Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena."
(do poema "Mar Português")

Mas sentimentos são água de um instante

Mas sentimentos são água de um instante. Em breve - como a mesma água já é outra quando o sol a deixa leve, e já outra quando se enerva tentando morder uma pedra, e outra ainda no pé que mergulha.

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Pelas roupas rasgadas mostram-se os vícios menores

Pelas roupas rasgadas mostram-se os vícios menores: / as vestes de cerimónia e as peles escondem todos eles.

Eu sei de muito pouco

Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e – por ser um campo virgem – está livre de preconceitos. Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é minha largueza. É com ela…

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Na véspera de não partir nunca

Na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar malas
Fernando Pessoa

e nem ao menos quero que me

e nem ao menos quero que me seja explicado aquilo que para ser explicado teria que sair de si mesmo. Não quero que me seja explicado o que de novo precisaria da validação humana para ser interpretado.

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Mas se eu não prestava

Mas se eu não prestava, eu fora tudo o que aquele homem tivera naquele momento. Pelo menos uma vez ele teria que amar, e sem ser a ninguém..